sexta-feira, 28 de junho de 2013

Doenças Ocupacionais e Riscos Ocupacionais


Doenças ocupacionais e riscos ocupacionais

Doenças ocupacionais
      Doenças ocupacionais são as adquiridas ou desencadeadas em funções das condições especiais em que o trabalho é desempenhado pelo profissional.
      O aumento dos casos de doenças ocupacionais ocorreu após o surgimento do capitalismo;
      Após a sistematização do processo de trabalho, o trabalhador passou a desempenhar suas atividades de maneira que a sua rotina se tornou desgastante;
       O modo como a sua rotina é organizada, a hierarquia e o individualismo são fatores que contribuem para o seu sofrimento.
      O surgimento das doenças ocupacionais leva os profissionais ao absenteísmo, e isso gera uma desorganização no serviço prestado e diminui a qualidade da assistência de enfermagem;
      A doença leva esse profissional a demonstrar fraqueza e incapacidade de exercer sua função (RAMOS, TITTONI, NARDI, 2008).
      Os profissionais de enfermagem se vêem num quadro de insatisfação, devido às mudanças que a doença gera no seu estilo de vida (GERALDO,2008).

Riscos ocupacionais
      Cada categoria profissional tem suas especificidades ligadas ao seu passado histórico, podendo estar sujeita a maiores ou menores riscos ocupacionais na atividade laboral, de acordo com a organização do processo de trabalho, as relações institucionais, seu nível de hierarquia e seu papel na sociedade.
      A partir do século XX começou-se a relacionar riscos biológicos a doenças que atingiam especificamente os trabalhadores da área da saúde (RAPPARINI; CARDO, 2004).
      Atualmente considera-se que os profissionais de saúde também  estão sujeitos aos riscos gerais e específicos relacionados as atividades laborais.
      Risco ocupacional é toda situação encontrada no ambiente de trabalho, que representa perigo a integridade física e/ou mental dos trabalhadores;
      A NR5 estabelece que os riscos constituem-se em todas as situações que podem trazer ou ocasionar danos a saúde do trabalhador no ambiente de trabalho, podendo provocar vários tipos de sequelas, sendo elas agudas ou crônicas;
      Os riscos ocupacionais são classificados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em biológicos, físicos, químicos e ergonômicos;

Riscos Biológicos
ü  Relacionados à: Microorganismos; Material infectocontagioso.

Riscos Físicos
ü  Relacionados à: Ruídos; Vibrações; Radiações ionizantes e não ionizantes; Temperaturas extremas; Pressões anormais e umidades; Iluminação inadequada e Exposição à incêndios e choques elétricos.

Riscos Químicos
ü  Relacionados à: Manuseio de gases e vapores anestésicos; Antissépticos e esterilizantes; Poeira e entre outros.

Riscos Ergonômicos

ü  Relacionados à: Local inadequado de trabalho; Levantamento e transporte de pesos; Postura inadequada; Erro de concepção de rotinas e serviços; Mobiliário, entre outros.

Ribeiro e Shimizu (2007) ainda acrescentam os Riscos Psicossociais:
ü  Relacionados à: Sobrecarga vinda do contato com os sofrimentos dos pacientes; Com a dor e a morte; Trabalho noturno; Rodízios de turno; Jornadas duplas e até triplas de trabalho; Ritmo acelerado; Tarefas fragmentadas e repetitivas entre outros.

Doenças Ocupacionais relacionadas ao riscos ocupacionais
Riscos Biológicos

ü  Tuberculose Pulmonar
      Infecção bacteriana causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Afeta os pulmões e pode disseminar-se para outros órgãos. É transmitida através de gotículas provenientes no ar de uma tosse ou espirro de uma pessoa infectada.

ü  Citomegalovírus
      Vírus que pode causar infecção do SNC, digestivo e retina. Os sintomas variam desde mal-estar e febre baixa até doenças graves. Pode ser transmitido por via respiratória, transmissão vertical, via sexual, transfusão de sangue. O tratamento na fase aguda é sintomático e antivirais nas formas graves.

ü  Hepatites Virais
      Doenças silenciosas causadas por vírus, alguns medicamentos, álcool e drogas, doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. Quando aparecem sintomas eles são: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. As mais comuns são A, B, C e D.

ü  Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)
      O vírus ataca o sistema imunológico, altera o DNA das células  e faz cópia de si mesmo, depois rompe os linfócitos em busca de outras células para continuar a infecção. Pode ser transmitido através de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas, transfusão sanguínea, da mãe para o bebê.

ü  Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS)
      Causada pelo HIV, é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A doença aparece quando a baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas.

ü  Rubéola
      Doença viral aguda, caracterizada por febre baixa e exantema maculopapular que inicia-se na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se para tronco e membros. É transmitida pelo contato direto com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. Tratamento é sintomático.

ü  Meningite
      Infecção viral ou bacteriana que ataca as meninges, 3 membranas que protegem o encéfalo, medula espinhal e outras partes do SNC. As virais são mais leves e os sintomas parecidos com gripes e resfriados. As bacterianas são mais graves e devem ser tratadas imediatamente.

Ø  Riscos Físicos
      Doenças relacionadas à audição e ao padrão de sono devido ao ruído excessivo no ambiente de trabalho;
      Doenças oculares devido à má iluminação;
      Doenças congênitas.

Ø  Riscos químicos
ü  Asma
      É o estreitamento dos bronquíolos que dificulta a passagem do ar provocando contrações ou broncoespasmos. As crises comprometem a respiração, tornando-a difícil. Os sintomas são falta de ar, tosse seca, chiado e opressão no peito

ü  Rinite
      Inflamação que ocorre na membrana nasal e pode ser aguda ou crônica. Os sintomas são congestão nasal, espirros constantes, coriza, prurido e ardor nos olhos, nariz e boca.

Ø  Riscos ergonômicos
ü  Dorsalgias
      Consiste na presença de dor localizada no segmento dorsal da coluna. A dor pode ser constante ou intermitente, localizada ou difusa.

ü  Sinovite
      É  uma inflamação do tecido que reveste a parte interior das articulações, chamada de membrana sinovial. Ocorre em qualquer articulação do corpo, mas é mais comum no joelho, quadril e mão. Sinais e sintomas são: aumento da temperatura na articulação, dor ao movimentá-la, inchaço local, dificuldade para movimentar a articulação e o membro afetado.

ü  Tenossinovite
      Inflamação da membrana que recobre o tendão, a bainha tendinosa. As mais comuns são no ombro, cotovelo, punho e mão. Os sinais e sintomas incluem dor local, edema, dor à palpação, limitações de movimentos.
Ø  Riscos Psicossociais
ü  Estresse
      O estresse ocupacional é um problema negativo, de natureza perceptiva, resultado da incapacidade de lidar com as fontes de pressão no trabalho. Provoca conseqüências sob forma de problemas na saúde física e mental e na satisfação no trabalho, comprometendo o indivíduo e as organizações.

ü  Ansiedade
      É um sinal de alerta, que permite ao indivíduo ficar atento a um perigo iminente e tomar as medidas necessárias para lidar com a ameaça.  Se torna patológica quando há uma preocupação excessiva ou expectativa apreensiva.

ü  Depressão
      É uma doença psicossomática de natureza afetiva, que pode ter causa psíquica ou orgânica.

ü  Síndrome de Burnout
      Condição de estresse ligada ao trabalho. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos.
Conclusão:

            A enfermagem do trabalho deve atuar de forma árdua para minimizar esses riscos ocupacionais. Mesmo que enfrentamos dificuldades para diminuir esses riscos.
            A enfermagem deve fazer um trabalho de educação continuada para melhorar à saúde do trabalhador, seja, por meio de palestras, de capacitação entre outras ações.

Referência bibliográfica
REZENDE, M. P. Agravos à saúde de auxiliares de enfermagem resultantes da exposição ocupacional aos riscos físicos. USP. Ribeirão Preto, 2003.
GOMES, S. V.; PASSOS, J. P. As doenças ocupacionais originadas frente à exposição a riscos ocupacionais na prática dos profissionais de Enfermagem. R. pesq.: cuid. fundam. Online. Out/Nov 2010.
SILVA, G. A.; SANTOS, C. R. S.; NASCIMENTO, P. C. Riscos ocupacionais a que estão expostos os profissionais de Enfermagem no ambiente hospitalar e fatores que favorecem a sua ocorrência.

 

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Distúrbio do ciclo sono-vigília

Trabalho realizado por Rafael Soares Correia, acadêmico do 6° de Enfermagem.
1.      Introdução
     Todos os seres humanos percebem os diferentes estados da atividade cerebral, onde também se inclui o sono, a vigília, a euforia, o nervosismo e, até mesmo, os diferentes estados de humor. Todos esses estados são resultados das forças ativadoras, ou inibidores, onde geralmente tem origem no nosso cérebro.
     Começamos uma discussão sobre esse tema, quando descrevemos os diferentes sistemas que são capazes de ativar grandes porções isoladas do nosso cérebro.
    Neste trabalho apresentaremos sobre os principais problemas relacionados ao emprego e ao desemprego e, a má adaptação à organização do horário de trabalho, pois essa má adaptação pode gerar inúmeras consequência onde poderá levar ao distúrbio do ciclo sono-vigília.
2.      Distúrbio do ciclo sono-vigília
      Em condições habituais, a vigília se apresenta durante o dia, sincronizando-se assim o ciclo sono-vigília à variações da luz ambiental, de modo que a vigília se coincide com as horas luminosas, e o sono com a escuridão (apud DOUGLAS et al.,2002,p 355).
     Podemos assim denominar o estado de vigília como estado de consciência, e o estado de sono sendo o estado de inconsciência do qual a pessoa pode ser despertada por estímulos sensoriais, vale ressaltar que o estado de coma deve ser distinguido do estado de sono.
     O sono ou inconsciência fisiológica apresenta-se em condições habituais à noite, ou seja, quando a luminosidade ambiental é muito reduzida ou até mesmo ausente (apud Gayton e Haal et al.,2002, p 642).
     Têm-se realizados vários estudos com pessoas que desenvolvem suas atividades à noite ou com aqueles isolados das variações dia-noite, tendo como grande exemplos pessoas que trabalham explorando cavernas e aqueles que também trabalham em lugares subterrâneos, nesses casos apresenta-se a ritmicidade sono-vigília. Aparentemente essa ritmicidade trataria do relógio biológico sendo do próprio sistema nervoso central do indivíduo.
    Todo esse ciclo estaria sendo determinado por atividades rítmicas do núcleo supraquiasmático do próprio hipotálamo.
     Nos estados normais o ciclo repouso-atividade, ocorre no adulto jovem em torno de 08 horas/dia; já no adulto de 40 anos seria de 07 horas/dia, sendo que esse ciclo ocorre em idosos com 05 horas/dia ou até menos.
    Várias discussões precedentes apenas identificaram as áreas neuronais, os transmissores e os mecanismos que estão relacionados com o sono. Mas essas discussões não explicaram a operação cíclica, recíproca, do ciclo sono-vigília. Ainda não se tem nenhuma explicação para tal fato. Portanto, podemos deixar nossa imaginação correr solta e sugerir os seguintes mecanismos possíveis para a produção do ritmo do ciclo sono-vigília.
    Todo indivíduo, através do sistema nervoso central, tem a capacidade de ter conhecimento não só de si mesmo, mas de todo ambiente, inclusive sobre o estado do ciclo sono-vigília.
     Estudos apontam vários problemas que estão relacionados ao distúrbio ciclo sono-vigília, isso ocorre principalmente com pessoas que trabalham em turnos, principalmente o trabalho noturno fixo ou alternante, esta trazendo muitos prejuízos à saúde do trabalhador, e estes prejuízos são decorrentes de uma desordem temporal do nosso próprio organismo.  
     O estado ciclo sono-vigília é um ritmo biológico onde possui o caráter endógeno, ou seja, que ocorre do próprio organismo, e é determinado geneticamente e sincronizado por pistas temporais.
      A natureza endógena dos ritos biológicos aponta para a existência de estruturas que são capazes de propiciar ao organismo esta ritmicidade, são chamados também de relógios biológicos.
     O sono produz dois tipos importantes de efeitos fisiológicos o primeiro os efeitos sobre o próprio sistema nervoso, e segundo, os efeitos sobre outros sistemas funcionais do corpo.
     Os distúrbios do padrão de sono hoje são preocupantes para os trabalhadores em turnos, o trabalhador só terá um bom desempenho profissional se começar o seu trabalho descansado. Isto para a enfermagem é fundamental, por se tratar-se de uma profissão cujo cuidado à pessoa não admite erros, e isso ocorre em todas as áreas que envolvem trabalhos noturnos à longo prazo.
    A desordem da estrutura dos ritmos circadianos causam mal-estar, fadiga, sonolência, insônia, irritabilidade, prejuízo da agilidade mental, desempenho e eficiência diminuídos. O sono diurno é muito prejudicado pelas condições ambientais e não são favoráveis como a iluminação, ruídos e acontecimentos domésticos, modificando a distribuição das fases do sono e interferindo em sua propriedade restauradora.
      Estudos mostram que quando os profissionais escolhiam o esquema de trabalho que estava de acordo com sua programação de vida pessoal, trabalho noturno tornava-se mais tolerável entre os envolvidos.
     A dessincronização dos ritmos circadianos a longo prazo pode levar a distúrbios severos e persistentes do sono como fadiga crônica e síndrome psiconeurótica (ansiedade e depressão crônica), requerendo tratamento com drogas psicotrópicas ou hipnóticas.
     Essa ansiedade pode estar presente nos trabalhadores por causa da desordem dos ritmos circadianos.
    Pesquisas apontam que os funcionários que não se adaptam ao seu horário de trabalho adoecem mais e, frequentemente apresentam episódios repetidos como por ex., faringite, infecções urinárias, e distúrbios no padrão do sono, muitas das vezes à não adaptação leva o funcionário ao desemprego, a mudança de emprego entre outros.
     O transtorno do ciclo sono-vigília ocorre devido a fatores não-orgânicos sendo definido como uma perda da sincronia entre o ciclo do estado sono-vigília, onde pode resultar em várias queixas de insônia, estresse, ansiedade.
    Todos os transtornos causados podem ser também psicogênicos ou de origem orgânica, que depende principalmente da contribuição de fatores psicológicos.
     O transtorno de distúrbio do sono-vigília esta relacionado principalmente à trabalhos noturnos, que por sua vez é determinado pela jornada excessiva de trabalho à noite em regime fixo ou também pela alternância desses horários.
    Em função dos horários de trabalho em turnos e noturno podem ocorrer tanto adiantamento quanto atraso de fases do ciclo vigília-sono. Estes fatos podem ser decorrentes de conflitos entre os sincronizadores temporais externos (horários de trabalho e de outras atividades sociais, por exemplo) e os osciladores biológicos internos, estes últimos responsáveis pela regulação dos ritmos biológicos.
     Os seguintes aspectos clínicos são essenciais para um diagnóstico definitivo:
    ·   padrão vigília-sono do indivíduo fora de sincronia com o ciclo sono-vigília desejado, que é normal em uma dada sociedade particular e compartilhado pela maioria das pessoas no mesmo ambiente cultural;
   ·  como resultado da perturbação do ciclo sono-vigília, indivíduo com insônia durante o principal período de sono e hipersonia durante o período de vigília quase todos os dias, por pelo menos um mês ou recorrentemente por períodos mais curtos de tempo;
   ·   quantidade e qualidade do tempo de sono insatisfatórios como causa de angústia pessoal marcante ou interferência com o funcionamento pessoal na vida diária, social ou ocupacional;
   · inexistência de fator orgânico causal, tal como condição neurológica ou outra condição médica, transtorno de uso de substância psicoativa ou de um medicamento.
3.      Tratamento
·         São indicados ambientes de repouso intra jornadas que permitam aos trabalhadores em turnos a prática de cochilos durante as pausas. Em casos graves, recomenda-se a mudança dos horários de trabalho.
·         Sugere-se que o trabalhador evite o consumo de substâncias com cafeína em sua composição cerca de 6 horas antes de iniciar o período de sono.
·         A prática de exercícios físicos regulares não-exaustivos deve ser encorajada. Entretanto, esses não devem ser realizados em horários próximos ao início do sono.
·         A ingestão de alimentos contendo altos teores de lipídios deve ser evitada, principalmente durante a madrugada.
·         O início do sono diurno após o trabalho noturno deve ser, na medida do possível, postergado.
·         Quanto menor for o número de horas entre o fim do sono e o início do trabalho, menor será a sonolência durante o trabalho noturno.
·         Ouso de medicamentos indutores de sono não é recomendado. 
     Trabalhadores em turnos e trabalhadores noturnos estão sujeitos a sofrerem maiores riscos de doenças cardiovasculares, gastrintestinais e transtornos mentais. Portanto, os transtornos do ciclo vigília-sono podem ser acompanhados de outros efeitos à saúde. Torna-se imperativo observar se tais efeitos impossibilitam o trabalhador de continuar em sua vida ativa de trabalho ou, na impossibilidade de transferir-separa trabalho diurno, de ter direito a aposentadoria especial.
    A má adaptação do horário de trabalho pode causar:
      ·         Transtornos neurótico;
·         Mudança de emprego;
·         Ameaça de perda de emprego;
·         Ritmo de trabalho penoso;
·         Desacordo com patrão e colegas de trabalho;
·         Dificuldades físicas e mentais, e
·         Síndrome do esgotamento profissional.
4.      Prevenção
A prevenção do transtorno do ciclo vigília-sono relacionado ao trabalho implica organizar o trabalho de modo que o sistema de turnos seja utilizado o mínimo possível. Ou seja, a dimensão econômica do trabalho em turnos deve ser avaliada como tendo consequências para a saúde do trabalhador. O sistema de turnos deve prever um maior número de horas de descanso para os trabalhadores se recuperarem do cansaço.
Na suspeita ou no diagnóstico de um transtorno do ciclo sono-vigília esta relacionado ao trabalho, cabe:
·         notificar o caso aos sistemas de informação em saúde;
·        promover acompanhamento médico, psicológico e social do indivíduo e a mudança do horário de trabalho, em turno fixo;
·        promover na empresa ou organização, onde há trabalho em turnos e noturno, discussões acerca da organização dos sistemas de trabalho a fim de implementar melhorias nos esquemas de turnos. Devem ser aplicadas prioritariamente mudanças organizacionais para reduzir o número de turnos noturnos e/ou o número de dias de trabalho em horários irregulares e o número de pessoas expostas aos conflitos dos sincronizadores biológicos e sociais.
A prevenção desses agravos requer uma ação integrada, articulada entre os setores assistenciais e os de vigilância, de modo a garantir que o paciente seja cuidado por uma equipe multiprofissional, com abordagem interdisciplinar que tanto dê contados aspectos de suporte ao sofrimento psíquico do trabalhador quanto dos aspectos sociais e de intervenção nos ambientes de trabalho.
A participação dos trabalhadores e a sensibilização dos níveis gerenciais são essenciais para a implementação das medidas que envolvem modificações na organização do trabalho. Práticas de promoção da saúde e de ambientes de trabalho saudáveis devem incluir ações de educação e discussões acerca da organização dos sistemas de trabalho, a fim de implementar melhorias nos esquemas de turnos. Devem ser aplicadas, prioritariamente, mudanças organizacionais para reduzir o número de turnos noturnos e/ou o número de dias de trabalho em horários irregulares e o número de pessoas expostas aos conflitos dos sincronizadores biológicos e sociais. O diagnóstico de um caso de transtorno do ciclo vigília-sono relacionado ao trabalho deve ser abordado como evento sentinela e indicar investigação da situação de trabalho, visando a avaliar o papel da organização do trabalho na determinação do quadro sintomatológico. Podem estar indicadas intervenções no sistema de turnos, assim como medidas de suporte ao grupo de trabalhadores de onde o acometido proveio.
Medidas de apoio para minimizar os efeitos do trabalho em turnos.
A Legislação brasileira de saúde ocupacional especifica para os trabalhadores em turnos, conforme a Constituição Federal de 1988, que as horas de trabalho para trabalhadores em turnos ininterruptos de revezamento serão de 6 horas por dia. De acordo com a lei da época de 1940 estabelece que as horas noturnas de trabalho seja entre 22:00 e 05:00, sendo reduzidas para 52 minutos e 30 segundos a cada hora de trabalho.
Seguindo o Decreto Federal n° 3.048 de 1999, os agentes etiológicos e fatores de risco de saúde ocupacional são agora reconhecidos pelo Ministério da Saúde e Previdência Social como causas de doenças como classificadas pela Classificação Internacional de Doenças (CID-10). Sendo que a partir deste decreto as doenças relacionadas à má adaptação do horário de trabalho passou a ser todas notificadas pelo CID-10.
5.      Conclusão
Concluímos que o estado de ciclo sono-vigília ocorre devido a vários fatores que inclui principalmente o trabalho em turno noturno ou em turnos alternados. Esse distúrbio acometem todos os tipos de funcionários, e é uma das grandes causas de estresse, de distúrbio emocional, problemas psicológicos.
Percebemos neste trabalho que o distúrbio do ciclo sono-vigília além de trazer vários distúrbios para os trabalhadores, isso faz com que a agilidade dos profissionais fiquem prejudicadas, o que pode causar descontentamento por parte de todos, tanto dos profissionais quanto dos patrões.
No decorrer deste trabalho percebemos que esse distúrbio traz um grande problema à saúde do trabalhador. Esse distúrbio leva a má adaptação do profissional no horário de trabalho e essa má adaptação gera o desemprego e sérios problemas de saúde.
Todos os distúrbios que ocorre devido ao ciclo sono-vigília são notificados pelo CID-10, e são todos previsto por leis e também pelo Ministério da Saúde.
Referencial Bibliográfico
Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2004.
Douglas, Carlos Roberto; Tratado de Fisiologia Aplicada à Saúde; 5ª Edição; São Paulo: Robe Editorial, 2002.
Guyton, Arthur C.; Hall, John E.; Tratado de Fisiologia Médica; 10ª Edição; Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
Guyton, Arthur C.; Hall, John E.; Tratado de Fisiologia Médica; 9ª Edição; México: Interamericana, 1997.
 


domingo, 27 de maio de 2012

Pós - Transplante Renal

O que é transplante?
Transplante é um procedimento cirúrgico no qual os médicos substituem um órgão ou tecido de uma pessoa doente (receptora) por outro órgão ou tecido saudável de um doador, vivo ou falecido.
Cuidados aos pacientes durante a recuperação hospitalar.
Após a cirurgia iniciam-se os cuidados médicos que vão durar por toda a vida do transplantado. Exames clínicos, laboratoriais ou de imagem são feitos de acordo com o protocolo de cada serviço. Ocorrerão também visitas diárias de médicos, cirurgiões, enfermeiros, nutricionistas entre outros profissionais.
Alta hospitalar
A alta ocorre em geral após uma semana de cirurgia, mais vai depender da recuperação de cada paciente. Mas se tratando de transplante com doador falecido, é provável que você fique internado por mais tempo.
Os profissionais de enfermagem darão orientações importantes quanto ao acompanhamento ambulatorial, indicando cuidados específicos em relação à medicação prescrita, exames laboratoriais, datas de retorno. Para o sucesso do transplante, é necessário que todas essas orientações sejam rigorosamente cumpridas.
Medicamentos
Ao tomar corretamente os medicamentos, o transplantado estará construindo o pilar básico do sucesso do seu transplante. Portanto é importante:
  • tomar as medicações rigorosamente como foram prescritas;
  • caso haja esquecimento, tomar logo que lembrar, se ainda estiver no mesmo dia;
  • jamais tomar qualquer medicação que não tenha sido prescrita;
  • levar sempre as medicações em suas embalagens originais;
  • aprender os nomes dos medicamentos e saber para que eles servem;
  • ter sempre pelo menos uma caixa de reserva de cada medicamento;
  • caso surjam efeitos imprevistos como vômito, dor de cabeça, dor no estômago, notá-los e informar imediatamente o médico.
Qualidade de vida no pós-transplante
Qualidade de vida é mais do que uma boa saúde física ou mental. É estar de bem com você mesmo, com a vida, ter hábitoss saudáveis, cuidados com o corpo e a mente.
Após o tranplante, apesar das recomendações e exigências médicas, o transplantado pode levar uma vida normal. A cada mês que passa, diminuem as restrições e os cuidados são menores, possibilitando um convívio social pleno e saudável.
Recomendações que devem ser seguidas em casa
  •  para evitar infecções, alguns médicos indicam o uso de máscaras de proteção;
  • restringir, no início, as visitas de parentes e amigos;
  • conservar a casa sempre limpa e arrejada;
  • lavar as mãos com água e sabonete antes e depois de usar o banheiro;
  • utilizar sempre protetor solar de alto fator ao sair de casa;
  • jamais se automedicar;
  • seguir o tratamento odontológico recomendado pelo médico.
Orientação alimentar
A dieta para pacientes transplantados é menos rigorosa do que aquela que se indica para pacientes em diálise. A dieta será definida conforme os medicamentos e resultados do acompanhamento médico.
Algumas precauções precisam ser tomadas:
  •  organizar uma dieta de forma mais equilibrada possível;
  • moderar a ingestão de alimentos para não ganhar peso em excesso;
  • não restringir líquidos se não houver contra-indicação;
  • evitar temperos prontos;
  • ingerir pouco açúcar;
  • diminuir o consumo de carnes vermelhas;
  • beber leite desnatado;
  • jamais comer alimentos crus;
  • cozinhar a comida pouco antes de ingerir e não reaquecer os alimentos.
É de suma importância os pacientes transplantados seguir sempre as orientações de seu médico; tomar corretamente os medicamentos e qualquer desconforto comunicar seu médico imediatamente.
DOE ORGÃOS E SALVE VIDAS. Não deixe essa corrente mover.

Referencial Bibliográfico:
Manual de Transplante Renal, Período Pós-Transsplante; Novartis, 2010.
Orientações sobre doação de órgãos e tecidos; Novartis, 2010.